Decreto Legislativo nº 318, de 24 de janeiro de 2025

Identificação Básica

Norma Jurídica

Decreto Legislativo

318

2025

24 de Janeiro de 2025

Concede o título de Cidadã Montenegrina Honorária à Sra. Elizabete Gonçalves.

a A
Concede o título de Cidadã Montenegrina Honorária à Sra. Elizabete Gonçalves.

    O VEREADOR TALIS ROMEU POHREN FERREIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE MONTENEGRO.
    Faço saber que a Câmara Municipal aprovou, nos termos do artigo 15, inciso XXI, da Lei Orgânica do Município, e eu promulgo o seguinte

    D E C R E T O   L E G I S L A T I V O:

      Art. 1º. 
      É concedido o título de Cidadã Montenegrina Honorária à Senhora Elizabete Gonçalves pelos relevantes serviços prestados à comunidade montenegrina, principalmente nas áreas da educação e cultura.
        Parágrafo único. 
        A outorga do título realizar-se-á em Sessão Solene agendada e programada entre a Câmara Municipal e a homenageada.
          Art. 2º. 
          O Anexo I, contendo o currículo da homenageada, faz parte do presente Decreto Legislativo.
            Art. 3º. 
            O presente Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação.

              Câmara Municipal de Montenegro, 24 de janeiro de 2025.

              REGISTRE-SE E PUBLIQUE-SE:
              Data Supra.

               

              Ver. TALIS FERREIRA,
              Presidente.


              ANDRÉ LUÍS SUSIN,
              Secretário Geral.


              Projeto de Decreto Legislativo de autoria da Vereadora Rivi Bühler.

                Elizabete Gonçalves: Uma Vida Dedicada à Educação e à Transformação Social

                 

                Nascida em 25 de janeiro de 1949, na cidade de Bagé, RS, Elizabete Gonçalves, carinhosamente conhecida como professora Beti, teve uma infância simples e enriquecedora na localidade de Serra dos Veledas, com seus pais e a irmã Cila. Ali, em uma escola multisseriada, deu seus primeiros passos no mundo da educação. Em 1957, sua família abraçou novos desafios, mudando-se para Montenegro na década de 1960, onde seu pai, um habilidoso carpinteiro, contribuiu para a construção de estradas.


                Montenegro não foi apenas um novo endereço para Beti, mas sim o lugar onde construiu uma vida marcada por dedicação e conquistas. Determinada e visionária, concluiu o ensino básico e formou-se no ensino médio no Curso Normal, preparando-se para a nobre missão de ensinar. Anos depois, graduou-se em Pedagogia pela Feevale, consolidando sua formação acadêmica.


                A professora Beti também construiu uma base sólida em sua vida pessoal. Formou uma família que enraizou ainda mais seu vínculo com Montenegro, com o nascimento de sua filha Paula e, posteriormente, de suas netas Gabriele e Manuela. Elas se tornaram grandes inspirações em sua caminhada, fortalecendo sua determinação de continuar transformando vidas por meio da educação.


                Sua trajetória como educadora teve início na década de 1970, lecionando em escolas multisseriadas na zona rural de Montenegro. Posteriormente, destacou-se na sede do município, atuando como professora regente, supervisora escolar e diretora em instituições da Rede Estadual de Ensino. Além de seu trabalho em sala de aula, Beti se tornou uma voz ativa na defesa dos direitos dos profissionais da educação, desempenhando um papel essencial em sindicatos e movimentos da categoria.


                Um dos momentos mais marcantes de sua carreira aconteceu nos anos 1990, com a construção do CIEP no bairro da Timbaúva, onde Beti havia passado parte de sua infância e adolescência. Foi convidada a assumir o cargo de primeira diretora da escola, um motivo de grande orgulho para sua família e amigos. Com competência e sensibilidade, liderou iniciativas voltadas para a inclusão social, destacando-se na luta contra a discriminação racial e étnica por meio de sua atuação no Movimento Negro de Montenegro e em projetos como o KIZOMBA, na Escola Estadual Manoel de Souza Moraes.


                Reconhecida por sua influência positiva na comunidade, Beti candidatou-se a vereadora em 1996. Embora não tenha conquistado uma cadeira na Câmara, sua campanha trouxe à tona discussões fundamentais sobre as necessidades e os interesses da população, consolidando ainda mais seu papel como líder comunitária.


                Nos anos 2000, a professora Beti continuou sua trajetória como supervisora na Rede Estadual de Ensino até sua aposentadoria. Contudo, sua paixão pela educação e o desejo de fazer a diferença a motivaram a buscar novos desafios.


                Após ser aprovada em um concurso público municipal, assumiu a supervisão escolar da Escola Municipal Beato Roque, localizada em Pareci Novo. Determinada a ampliar ainda mais seu impacto, prestou outro concurso em Montenegro, onde foi novamente aprovada, passando a atuar como supervisora escolar na Escola Municipal Dr. Walter Belian.


                Nessa nova etapa, a professora Beti se destacou pela capacidade de engajar a comunidade escolar, colaborando com professores, direção e famílias na criação de projetos de grande relevância. Suas iniciativas se destacaram nas áreas pedagógicas e sociais trazendo ampla visibilidade à escola e inspirando alunos e colegas a alcançarem seu potencial máximo.


                Em 2024, aos 75 anos, a professora Beti encerrou oficialmente sua carreira, ainda na Escola Dr. Walter Belian mas jamais abandonou sua missão. Permanece ativa, participando de eventos escolares como palestrante, avaliadora de projetos e colaboradora em iniciativas socioculturais.

                 

                A história de Elizabete Gonçalves é um exemplo vivo de dedicação, resiliência e amor à educação. Seu legado vai além das salas de aula, impactando vidas, inspirando gerações e contribuindo para uma sociedade mais justa e inclusiva. Sempre presente, sempre atuante!